AMBEV (ABEV3): LUCRO LíQUIDO CONSOLIDADO DE R$ 3,804 BILHõES NO 1T24, BAIXA DE 0,04%; AçõES CAEM

A Ambev registrou lucro líquido consolidado de R$ 3,804 bilhões no primeiro trimestre de 2024, montante 0,04% menor do que o apurado um ano antes. A empresa também divulgou lucro líquido ajustado, de R$ 3,817 bilhões, leve queda de 0,6% ante o mesmo período de 2023.

A queda ocorreu “principalmente devido à menor dedutibilidade fiscal do JCP e das subvenções governamentais relativas aos impostos sobre vendas no Brasil e ao impacto da desvalorização cambial da Argentina, mais do que compensando a melhora do resultado financeiro líquido e o crescimento do Ebitda ajustado”.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 6,534 bilhões, alta de 1,4% ante o primeiro trimestre de 2023 e de 12,4% no conceito orgânico.

Segundo a Ambev, o crescimento no Ebitda ajustado foi impulsionado por América Central e Caribe (CAC, +20,4%), Bebidas Não Alcoólicas Brasil (NAB Brasil, +17,7%), Cerveja Brasil (+13,6%) e América Latina Sul (LAS, +8,3%), mas parcialmente compensado pelo Canadá (-0,7%).

Já a receita líquida totalizou R$ 20,276 bilhões, queda de 1,2% em um ano, mas avanço de 4,5% no conceito orgânico. Neste último, o desempenho subiu devido ao crescimento da receita líquida por hectolitro (ROL/HL) de 4,3% na maior parte das unidades de negócios: NAB Brasil (+14,0%), CAC (+8,3%), Cerveja Brasil (+4,5%) e LAS2 (+3,5%), enquanto no Canadá diminuiu em 5,7%, impactada pela queda de volume.

O resultado financeiro líquido nos três primeiros meses deste ano ficou negativo em R$ 405,9 milhões, apresentando uma melhora de R$ 591,9 milhões em relação a igual intervalo de 2023.

Os resultados da Ambev (BOV:ABEV3) referentes às suas operações do primeiro trimestre de 2024 foram divulgados no dia 08/05/2024.

Teleconferência

A administração da Ambev destacou o avanço histórico da divisão de cerveja Brasil, com aumento de participação no mercado tanto em marcas premium quanto super premium na casa de dez pontos percentuais.

Ainda assim, os aspectos tributários que impactaram o balanço do primeiro trimestre foram centro da teleconferência para comentar os resultados divulgados.

 

“Esses desafios permanecem e devem seguir impactando”, comenta o CFO, Lucas Lira, sobre efeitos tributários que trouxeram impacto negativo para o balanço do primeiro trimestre de 2024. Há perspectiva de mais discussões jurídicas sobre incidência de alguns impostos nas operações da companhia. Ainda assim, a administração reforçou que as orientações (guidance, em inglês) já fornecidas pela companhia valem para os próximos trimestres da companhia. Além disso, a potencial queda na taxa de juros ao longo do ano deve favorecer a Ambev.

Dentre as apostas, estão novos lançamentos na divisão de NAB e a manutenção do status de “marca preferida” junto aos consumidores. “O negócio de não alcoólicos sem açúcar é uma grande aposta da nossa parte”, comenta Lira. O executivo vê como uma tendência importante e considera que a companhia está bem posicionada para aproveitar a onda.

VISÃO DO MERCADO

A Ambev apresentou números no primeiro trimestre de 2024 com ligeira queda em relação ao mesmo período de 2023. Analistas já antecipavam bons dados nos Brasil compensando quedas em LAS (operação de países da América do Sul, como Chile, Argentina, Bolívia e Paraguai) mas não o suficiente a ponto de impulsionar o balanço da cervejeira. Havia previsão, ainda, de impacto por questões fiscais.

O resultado não foi bem recebido pelo mercado e os papéis da companhia apresentam queda de 4,44%, a R$ 12,04, às 13h30 (horário de Brasília) da sessão de quarta-feira (8).

XP

 

De acordo com o Research da XP, os números vieram ligeiramente melhores que o esperado. O impacto maior se deu pela união entre resultados mais fracos na frente internacional somados a questões fiscais na visão da corretora. Os destaques positivos foram as categorias cerveja Brasil e NAB (non-alcool beverages, como refrigerantes), que foram responsáveis pela recuperação da margem com volumes recordes para primeiro trimestre.

“A expansão da margem Ebitda ajustada não foi suficiente para compensar a fraqueza da Argentina e os impostos mais altos no Brasil, com isso o lucro por ação (LPA) recuou 3% na comparação anual”, explica a corretora.

Para os próximos balanços, a companhia espera que a fraqueza na operação internacional siga ofuscando a performance positiva em âmbito doméstico. Além disso, a questão tributária deve seguir impactando negativamente a visão de investidores sobre a companhia.

Itaú BBA

O Itaú BBA considera que os dados vieram em linha com as previsões, em especial com o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) em R$ 6,5 bilhões no trimestre, com aumento de 1% na comparação com a projeção do banco.

Em relação crescimento da divisão de cerveja no Brasil, o BBA destaca que o crescimento de volume do lado comprador não garantiu avanço em termos de preço (que ficou aquém das expectativas). Na divisão internacional, os números foram considerados melhores que a projeção feita pelo banco mas, ainda assim, sugerem um trimestre fraco no mix.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão

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