MERCADO ELEVA PROJEçãO DA SELIC E DO PIB PARA 2024; PREVISãO PARA IPCA CAI

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BRASÍLIA - Às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o mercado elevou a mediana das estimativas para a taxa Selic no fim de 2024 de 9,5% na última semana para 9,63% ao ano. Há um mês, o patamar era de 9,00%. Para 2026, a projeção passou de 8,63% para 8,75%, ante 8,50% há um mês. Para 2027, a estimativa seguiu em 8,50%, onde se mantém por 39 semanas.

O Copom cortou a Selic pela sexta vez consecutiva em 0,50 ponto porcentual, para 10,75% ao ano, em março. O colegiado mudou a sinalização e indicou que o ritmo de corte de 0,50 ponto continua sendo o mais apropriado para a reunião que ocorre nesta semana - no singular, e não no plural.

O Copom repetiu que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.

De acordo com o Boletim Focus, o mercado revisou a inflação deste ano de 3,73% para 3,72% neste ano. Um mês antes, a mediana era de 3,76%. Para 2025, no entanto, que é o foco principal da política monetária, a projeção passou de 3,60% para 3,64%, ante 3,53% de um mês atrás.

Para 2025, a projeção passou de 3,64% para 3,65%, considerando 113 atualizações no período. Para 2026, a projeção continuou em 3,50% pela 44ª semana consecutiva - seguindo a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3% para este e os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2027, a estimativa seguiu em 3,50%, como também está há 44 semanas.

As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3%. O IPCA de 2023 ficou em 4,62%, abaixo do teto da meta (4,75%, para um centro de 3,25% no ano passado), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022.

O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou em março projeção de 3,5% para o IPCA de 2024, igual à das reuniões anteriores, de dezembro e janeiro. Para 2025, também seguiu em 3,2%.

12 meses suavizado

Os economistas do mercado financeiro também revisaram a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses no Relatório de Mercado Focus desta semana de 3,56% para 3,60%, de 3,50% há um mês. Essa medida ganha importância no contexto da meta de inflação contínua a ser perseguida pelo Banco Central, em substituição a de ano calendário. O centro da meta é 3%.

Em junho do ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à meta-calendário vigente hoje.

No dia 20 de outubro, Haddad confirmou que não havia previsão para publicar o decreto.

PIB

O mercado elevou a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024. A mediana para a alta da atividade deste ano passou de 2,02% para 2,05%, ante 1,90% de um mês atrás. Para 2025, o relatório trouxe manutenção na estimativa de crescimento do PIB em 2,00%, como já está há 21 semanas.

Em relação a 2026, a mediana continuou em 2,00% pela 39ª semana consecutiva. O boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2027, que se mantém em 2,00% por 41 semanas.

A expectativa do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024 é de 2,2%. Já no Banco Central, a projeção atual é de avanço de 1,9% neste ano, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março.

2024-05-06T13:02:32Z dg43tfdfdgfd