POWELL DIZ QUE SãO NECESSáRIAS MAIS EVIDêNCIAS DE QUEDA NA INFLAçãO DOS EUA ANTES DE CORTES NOS JUROS

Por Balazs Koranyi e Howard Schneider

SINTRA, Portugal (Reuters) - O Federal Reserve ainda precisa de mais dados antes de cortar os juros para ter certeza que as recentes leituras de inflação moderadas fornecem uma imagem real do que está acontecendo com as pressões de preços subjacentes, disse o chair do Fed, Jerome Powell, nesta terça-feira.

Dados de maio mostraram que a medida de inflação preferida do Fed não aumentou na base mensal, enquanto a taxa anual desacelerou para 2,6%, ainda acima da meta de 2% do banco central, mas em queda.

"Queremos apenas entender que os níveis que estamos vendo são uma leitura real do que está realmente acontecendo com a inflação subjacente", disse Powell em uma conferência de política monetária em Portugal patrocinada pelo Banco Central Europeu. "Queremos estar mais confiantes e, francamente, como a economia dos Estados Unidos é forte... temos a capacidade de levar nosso tempo."

O Fed tem mantido sua taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,5% desde julho do ano passado, mas as autoridades estão debatendo quando afrouxar a política monetária, uma vez que a inflação está voltando para a meta de 2% do banco central norte-americano.

A inflação ainda está mais de 0,5 ponto percentual acima dessa meta, de acordo com o índice PCE, e foi descrita como "elevada" no comunicado de política monetária do banco central em 12 de junho.

Entretanto, dados mais recentes sobre inflação e atividade econômica geral sugerem que as pressões dos preços podem estar diminuindo ainda mais, e os investidores preveem uma redução inicial nos juros de 0,25 ponto percentual na reunião de 17 e 18 de setembro do Fed.

O fato de o Fed seguir esse cronograma ou um cronograma mais tardio dependerá dos próximos relatórios de emprego e inflação, incluindo a divulgação na sexta-feira do relatório mensal de emprego de junho e a divulgação em 11 de julho do índice de preços ao consumidor de junho.

Embora o momento de um corte inicial nos juros possa ter pouca importância para os resultados econômicos mais amplos que o Fed está buscando, as autoridades estão atentas ao risco de manter uma política monetária restritiva por muito tempo - e colocar em risco a atual taxa de desemprego baixa se a economia desacelerar muito rapidamente - e também são sensíveis ao sinal que enviarão ao cortar os juros.

Eles querem ter certeza, em especial, de que a primeira redução nos custos dos empréstimos se torne o início de um ciclo completo de afrouxamento monetário que reduza os juros de forma constante até um nível em que o Fed sinta que não está incentivando nem desestimulando as empresas e famílias a investirem e gastarem.

Para muitas autoridades, esse tem sido um argumento a favor da paciência e de esperar mais tempo para fazer o primeiro corte.

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